O ISOLAMENTO DE BOLSONARO
Por Pedro Jorge
Os atos de hoje pelo Brasil, que levaram centenas de milhares de estudantes e profissionais da educação às ruas, são a retomada das lutas sociais de massa em nosso país. Foram as primeiras grandes manifestações, mas não serão as últimas: ao contrário, elas se multiplicarão, envolvendo segmentos diferenciados da população, com níveis maiores ou menores de organização e radicalidade.
O que acontece é que Bolsonaro, agora completando cinco meses na cadeira presidencial, já demonstrou a completa incapacidade de seu governo de resolver os reais problemas do país: economia estagnada, apontando para a recessão, desemprego em massa, preço em alta dos combustíveis e toda uma gama de serviços públicos deteriorados que a população que deles depende esperava verem recuperados. Isso sem falar na crônica violência de nossas cidades e campo. A única resposta que seus ministros encontraram até agora foi responsabilizar a Previdência Social pelo déficit e propor a sua destruição.
Bolsonaro tem feito tudo às avessas: adota políticas restritivas, aprofunda a possibilidade de recessão e desemprego, deteriora ainda mais os serviços públicos e apresenta como solução para a violência medidas que ao invés de combate-la, tende a generaliza-la.
Não age assim apenas porque assim quer. Seu governo nasce espremido pela sufocante crise do capital em escala planetária. Sem os dólares de uma China que crescia a absurdas taxas de 15% ao ano, escassearam os recursos advindos da exportação de produtos primários, estreitando muito a margem de manobras de um governo que pretendia acender uma vela para deus e outra para o diabo, tal como lograram realizar os governos petistas. Com os bancos lucrando como nunca (tal como diversas vezes Lula confessou) ainda era possível, naquelas condições, realizar programas que tinham algum apelo popular e incentivar o crédito. Na verdade, acendiam uma vela só, mas asseguravam estar acendendo duas.
Para Bolsonaro, este caminho está obstruído. Trata-se do candidato que foi apoiado pelas classes dominantes para fazer a rapa do tacho e continuar garantindo seus lucros. O resultado, inevitável será o aprofundamento da miséria das massas populares e seu completo isolamento delas. As manifestações de hoje são apenas o prelúdio desses novos tempos.
Por que somos contra a Reforma da Previdência? Entrevista com a Professora Drª. Marta Belline ajuda a entender melhor os perigos desta proposta encaminhada pelo Governo.
Aduem pergunta: Qual a dimensão desta proposta de Reforma da Previdência? Que impacto traria à vida de cada trabalhador e trabalhadora?
Marta Bellini - O impacto maior é que cada trabalhador cuida de sua previdência porque a reforma previdenciária retira a previdência social do rol dos direitos constitucionais, transformando-a num produto de aquisição individual e compulsória junto ao sistema financeiro. Cada um de nós, trabalhadores/as fica refém de uma conta em um banco à mercê das taxas. No Chile atual 80% dos trabalhadores (médicos, engenheiros e outros) perderam para os bancos. Seis bancos fazem a gestão dos recursos da previdência, e cinco são estrangeiros. O dinheiro da previdência fica à mercê do mercado financeiro. Assim, 80% dos aposentados ganham um salário mínimo que, hoje, é R$1.600 reais. E 20% ganham menos de um salário mínimo. Uma tragédia para a sobrevivência de aposentados/as em um país cujo custo de vida é maior do que o Brasil.
Aduem 2: Sendo aprovada, a proposta de reforma do Governo atingiria o trabalhador já aposentado?
Marta Bellini - Sim, o trabalhador já aposentado sofrerá impacto. Ainda não sabemos como será a transição do sistema coletivo e social para o individual. O governo esconde esses dados ou não os tem. O impacto - como ocorreu no Chile e Grécia - é a diminuição drástica do percentual recebido, uma vez que há taxação pela capitalização. No caso da Universidade Estadual de Maringá, com o roubo de nossa previdência em 2015, há o perigo da insolvência da previdência em cinco anos. O governador do Paraná está alinhado ao governo federal e certamente já existe bancos à espera de nosso dinheiro da previdência. O governo Estadual já interpôs serviços com vistas à privatização da Copel, por exemplo. O secretário da Educação é um empresário. E a nossa previdência - superavitária - deve estar nos planos do governo.
Aduem 3: Qual a proporção do impacto que essa reforma desencadeará na vida da população em geral? O que muda?
Marta Bellini - Haverá um empobrecimento atroz e rápido já nos primeiros anos de mudança. Nesses quase cinco meses tivemos uma amostra deste empobrecimento. Quatro anos sem reposição salarial, aumento das taxas de água, luz e aumento dos preços da alimentação. No Chile um engenheiro que ganhava cerca de R$20 mil reais está recebendo cerca de um salário mínimo por mês, hoje R$ 1600 reais, maior do que o Brasil, mas o custo de vida chileno é também maior. Aliado ao desaparecimento do SUS, com preços de medicina privada aumentando para os aposentados e com os preços de remédios subindo, teremos o pior dos mundos no Brasil. Dá para dizer que o comércio terá um perda incrível. Talvez, a indústria brasileira acabe e passemos a comprar produtos importados. É uma perspectiva bastante nefasta para todos os trabalhadores/as.
Feliz Dia das Mães!
Inicia-se logo mais, às 9h, a Feira Couro.com na Aduem. Serão expostos diversos artigos em couro trazidos diretamente do Rio Grande do Sul. São bolsas, mochilas, casacos femininos e masculinos, cintos e carteiras com garantia de qualidade. O preço é bom e há facilidade nas condições de pagamentos. A feira termina amanhã, às 17h. Vale a pena conhecer.
Local: Garagem da Sede Administrativa (Rua Prof. Itamar Orlando Soares, 305 - rua paralela à UEM).
A Diretoria da Aduem se manifestou contrária à Reforma da Previdência como está sendo imposta pelo Governo.
A Aduem participou pela manhã das manifestações de rua que ocorreram em Maringá, porque entende que esta tal Reforma da Previdência não combaterá as desigualdades, mas será o próprio desmonte dos direitos dos trabalhadores.
Com as demais categorias, a Aduem segue firme em defesa da vida e do direito dos trabalhadores, dessa forma, convida os docentes a participarem dessa luta que é de todos - NÃO à esta proposta absurda da "Reforma da Previdência". Nós temos direito e precisamos lutar.
Neste domingo (28), em parceria com a Dias Bike, a Aduem promoverá mais um encontro de ciclistas iniciantes que querem aprender a pedalar com mais segurança e até mesmo superar alguns receios. A prática do ciclismo é muito importante para o corpo e para a mente, pois oferece vários benefícios. No entanto, requer muita atenção, considerando os perigos de trânsito, problemas de pistas e outros obstáculos que podem surgir ao longo de um percurso. Por isso, a Aduem propiciará aos sócios e à comunidade externa mais esta oportunidade, com o "Pedal de Outono", dentro da UEM. Quem participou do primeiro encontro gostou muito da experiência e elogiou a iniciativa da Aduem.
Sinta-se convidado a interagir melhor com sua bike e a participar deste desafio.
A Aduem promoverá Torneio de Futebol no feriado de 1 de Maio, em comemoração ao Dia do Trabalhador. O evento ocorrerá no período da manhã e se encerrará com churrasco de confraternização entre os participantes. O almoço será por adesão e custará R$ 23,00. A competição será realizada entre 4 equipes e os comandantes dos times serão: Jair, Reginaldo, Darci e Gelson.