DISTORÇÕES SALARIAIS NAS UNIVERSIDADES
Sem sombra de dúvida, o desgaste e o prejuízo social à imagem do Estado, de seus agentes políticos e das suas instituições é algo visível a olho nu. Afinal, como recuperar a credibilidade da Assembleia Legislativa do Estado, do Governo Estadual e do quadro de servidores estaduais que está ficando bastante desgastada perante a população diante da persistência da greve?
Especialmente em se tratando das universidades públicas do Paraná, pra piorar a situação, nos últimos dias a imprensa tem noticiado o fato de o governo estadual disponibilizar o acesso às informações salariais (salários brutos) de seus profissionais. Ainda que alguns considerem questionável o procedimento do governo local, de todo modo é inegável reconhecer que alguns dados chamam a atenção por sugerirem a presença de distorções que precisam ser imediatamente esclarecidas e, posteriormente, eliminadas.
A pergunta que não quer calar é simples: sendo o limite salarial do funcionalismo público de R$33.373, como é possível a existência de salários acima desse teto? Mesmo respeitando aquela justificativa providencial de que casos dessa natureza constituem exceções, é indispensável que a opinião pública seja satisfatoriamente esclarecida sobre os porquês desses casos.
A quem caberia tal responsabilidade? Existem pelo menos duas possibilidades: ao agente executivo maior de uma Universidade, o Reitor, e às entidades de representação de classe.
Vale a pena também ressaltar que é imprescindível reconhecermos que a prevalência da falta de explicações convincentes sobre distintos aspectos que envolvem a administração das universidades públicas paranaenses, como é o caso da folha salarial, que isso seja extremamente prejudicial à respeitabilidade que gozam essas instituições educacionais, algo que foi construído a partir da extensa ficha de serviços prestados por elas em prol da sociedade paranaense.
LUCIANO GONSALVES COSTA – Departamento de Física da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Coordenador do Mestrado Profissional em Ensino de Física da UEM e Vice-Presidente da Associação dos Docentes da UEM (ADUEM)