Governo inicia processo de implantação da Unespar
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O governo do Estado está tomando uma série de providências para encaminhar o processo de implantação da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), que irá agregar sete faculdades estaduais, formando a sétima universidade pública do sistema estadual de educação. Quatro grupos de trabalho formados por professores, e profissionais ligados à área, analisam questões relacionadas a documentação, infraestrutura, pesquisa e pós-graduação e estrutura administrativa da instituição. Foi estabelecido um cronograma de ações que prevê, inicialmente, um relatório de autoavaliação institucional de cada faculdade.
A Unespar foi criada pela Lei Estadual 13.283, de 25 de outubro de 2001, mas, de acordo com o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alípio Leal, ainda não está credenciada no Conselho Estadual de Educação.
Ela irá agregar sete faculdades estaduais: Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap), Faculdade de Artes do Paraná (FAP), Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão (Fecilcam), Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana (Fecea), Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí (Fafipa), Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (Fafipar) e Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória (Fafiuv). Juntas, as instituições contam com mais de 600 professores e 12 mil alunos , em 59 cursos de graduação e 24 de especialização.
Na semana passada, o secretário Alípio e o vice-reitor pro tempore da Unespar, Marco Aurélio Visintin, reuniram-se com os diretores das sete faculdades e também com os professores designados para compor os grupos de trabalho responsáveis por elaborar o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e o Regimento Interno da instituição. Esses grupos também têm, entre outras atribuições, a missão de levar os temas relacionados à Unespar para as respectivas comunidades acadêmicas.
Segundo a coordenadora de Ensino Superior da secretaria, Sueli Édi Rufine, inicialmente os grupos trabalham de forma separada. Assim, os dados estão sendo recolhidos, atualizados e agrupados com o intuito de formular o processo de regulamentação da instituição.
De acordo com o vice-reitor pro tempore, Marco Aurélio Visintin, o processo não prejudicará a oferta de cursos nem o repasse de recursos para as faculdades que irão compor a Unespar. Atualmente, cada uma delas possui seu orçamento. A partir da modificação estrutural, farão parte do orçamento geral da Unespar e os recursos serão administrados conforme as orientações e determinações dos conselhos superiores da universidade. Para uniformizar e facilitar o acesso às informações, está prevista a instalação do Sistema de Gestão Acadêmica (Siges) como canal entre instituição e comunidade.
MELHORIAS – De acordo com o secretário Alípio Leal, a implantação da Unespar trará uma série de benefícios. “É uma antiga reivindicação, que beneficiará a comunidade acadêmica com melhores condições de trabalho e melhoria da qualidade dos cursos mediante novas possibilidades de financiamento”, afirma. “Suas atividades poderão contribuir ainda mais para o desenvolvimento humano, social, cultural, político e econômico das regiões onde estão localizados os diversos campi, por meio da produção do conhecimento e desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação.”
De acordo com os diretores das faculdades, muitas mudanças ocorrerão com a implantação da universidade. Entre as principais, destacam a autonomia universitária e a equiparação às demais universidades estaduais. “A discussão sobre o desenvolvimento das regiões onde as atuais faculdades atuam e a melhoria das condições de trabalho, tanto dos agentes universitários quanto dos docentes, serão questões que ganharão a devida atenção”, afirma Antonio Carlos Aleixo, diretor da Faculdade de Campo Mourão, na região Norte do Estado.
Segundo o diretor, a ideia é consolidar a universidade com as características próprias de uma instituição de formação superior pública, gratuita, democrática e de qualidade. “Não se trata apenas da vontade dos gestores atuais dos campi, mas da necessidade que nossas regiões sentem em inserir-se no sistema universitário paranaense com as mesmas condições das demais”, diz.
De acordo com Aleixo, “várias faculdades já estão se preparando, qualificando profissionais, ampliando pesquisa e extensão, dialogando com a sociedade. Pelo menos quatro campi já estão planejando oferta de pós-graduação em nível de mestrado, o que é fundamental para consolidar esta que será uma importante instituição no ensino superior paranaense”.