Comparar o comparável

Prof. Reginaldo Benedito Dias
Mal terminou a exibição de gala do Barcelona na final da Liga dos Campeões da Europa, pulularam debates sobre o local da esquadra catalã na história do futebol. Não escrevo para falar de futebol, esporte que aprecio e pratico, a despeito do joelho avariado. Aliás, esclareço que sou fanático por esportes e acompanho uma variedade grande de modalidades, tentando entender sua lógica interna, as estratégias, os estilos e a história.

Por isso, voltando ao futebol, sou cada vez menos fã de um time e cada vez mais fã do esporte. Gosto de vários estilos, dos refinados aos guerreiros, do aspecto artístico à dimensão épica.

Se não vou falar de futebol propriamente dito, qual é o meu tema de hoje, afinal? Motivado pelos debates citados nas primeiras linhas, por vício do meu ofício, divagarei sobre a relação entre a história e a memória do futebol. Não custa lembrar que são duas dimensões entrelaçadas, mas distintas. História é o que aconteceu. Memória é como nos lembramos ou queremos nos lembrar.

A primeira se sujeita à comprovação fria, com documentos e outras evidências. A outra é afetiva.
Podemos vaticinar, com alguma possibilidade de acerto, que um dado acontecimento será lembrado por muitas gerações, tal é o impacto que exerce sobre os contemporâneos. Um exemplo foi a explosão das torres gêmeas, em setembro de 2001. Mas o tempo pode ser inclemente. Fatos e personagens impressionantes em seu tempo podem perder o brilho com o passar dos anos.

No caso do futebol, é perfeitamente ajuizado supor que o atual time do Barcelona será lembrado por muitas gerações, como acontece com o Santos de Pelé, o Ajax de Cruyff, o Real Madrid de Di Stefano, o Milan de Van Basten. Mais difícil, porém, é estabelecer em que degrau se encontram ou se encontrarão a esquadra catalã e seu principal jogador, o argentino Messi. Como comparar times e craques de eras distintas?

Por princípio, só podemos comparar coisas comparáveis. Há duas dificuldades. A primeira é a síndrome do admirável mundo novo, que deprecia, como inferior e ultrapassado, o que veio antes. A segunda é a síndrome do admirável mundo velho, cujo pressuposto é uma idade do ouro perdida no passado.

Entram em campo, também, as batalhas da memória. Cada um se lembra do seu time com afeto. Há quem pense que o Santos de Pelé durou cerca de 15 anos. Pelé jogou um longo período no Santos, mas o time mitológico durou bem menos. Atuou na primeira metade da década de 1960, conquistando cinco vezes a Copa Brasil, duas vezes a Libertadores e dois mundiais de clubes. No Brasil, o time mais vitorioso da segunda metade daquela década e da primeira da seguinte, não custa lembrar, foi o Palmeiras de Ademir da Guia. Isso não tira o brilho do Santos de 62 e 63, candidatíssimo a maior time de todos os tempos, se for possível definir, com objetividade, tal hierarquia.

Comentando situações análogas, Niki Lauda, tricampeão da Fórmula 1, disse que o decisivo é observar como os grandes se distinguem em seu tempo. Comparações de época para época são tão apaixonantes quanto inúteis. Em um documentário sobre a rivalidade entre Brasil e Argentina, há um bloco sobre Pelé e Maradona. Enquanto Pelé e alguns atletas brasileiros insistiam na tese de que não há comparação possível, Sócrates, ex-capitão da seleção brasileira, perguntou: “Por que comparar Galileu com Newton, Newton com Einstein?”
Tendo a concordar com o Lauda e com o “Magrão”

O barulho dos universitários surtiu efeito. A UEM contratou professores de natação e orientadores de estágio. Cagliari cita que seriam necessários mais oito docentes para dar uma folga aos que acumulam até três disciplinas.

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