2030 está aí: e os ODS?

Por Tania Fatima Calvi Tait

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) lançados pela ONU em 2015 apresentaram ações em cada um deles para que os 193 países signatários viabilizassem sua realização. São 17 ODS distribuídos em 169 metas a serem alcançadas até o ano de 2030. No compromisso com os ODS entre os países,  3 objetivos são primordiais: acabar com a pobreza extrema; combater a desigualdade e a injustiça e conter as mudanças climáticas.

Entretanto, ao ler o Relatório Luz de 2023, percebe-se, de forma nítida, que ainda há muito que fazer e, ao mesmo tempo, pouco tempo para realizar.

A despeito do impacto da pandemia da Covid-19 que trouxe grandes retrocessos, o relatório indica que a implementação dos ODS ainda envolve, em sua maioria, as organizações sem fins lucrativos. Governos e instituições privadas com fins lucrativos tem tido participação inferior.

No caso específico do Brasil, além da pandemia, houve a gestão de um governo (Gestão 2019-2022) que não atuou para o alcance dos ODS, com cortes no orçamento para redução de desmatamento, aumento das áreas de exploração mineral, inexistência de políticas de combate à violência contra a mulher e redução das desigualdades, cortes no orçamento de combate à violência contra a mulher, incentivo ao homeschooling e escolas militares, dentre outros, os quais impactaram de forma negativa no alcance das metas. Nesse sentido, os dados apresentados no Relatório Luz citado, levam ao quadro  abaixo:

 

Situação do alcance das metas no Brasil

Metas

Percentual

Situação

102

60,35%

em situação de retrocesso

14

8,28%

ameaçadas

16

9,46%

estagnadas em relação ao período ante-

rio

29

17,1%

com progresso insuficiente

3

1,77%

com progresso satisfatório

4

2,36%

sem dados suficientes para classificação

Fonte: https://gtagenda2030.org.br/wp-content/uploads/2023/10/rl_2023_webcompleto-v9.pdf

Diante desse cenário, como acelerar a implementação dos ODS e o alcance das metas para chegar ao objetivo em 2030, se torna um grande desafio para as nações. O problema crucial não é estabelecer qual percentual de meta está sendo atingido, mas apresentar o que efetivamente está sendo feito, diante das mudanças climáticas, do aumento da violência contra mulheres e negros, da pobreza e das desigualdades sociais.

Há uma ligação entre os 17 ODS que tratam desde a implantação de infraestrutura para melhoria do meio ambiente como a aceitação de que a realidade social impacta diretamente no desenvolvimento sustentável e no meio ambiente. A mudança climática mostra que, mais uma vez, a população pobre, as mulheres, crianças e idosos são os mais atingidos.

Por sua vez, iniciativas como o uso da gestão privada nos serviços públicos (educação, saúde, energia, transporte etc) como forma de aplicar o estado mínimo, também, não tem sido efetiva na prática, pois são entregues a empresas que apenas visam o lucro e degradam ainda mais o serviço prestado. Junte-se a isso, a falta de controle social,  a falta de transparência e a pouca efetiva de da fiscalização que poderiam garantir uma prestação de serviço de qualidade.

Em Maringá, a busca pelos ODS tem acontecido ao longo dos anos, inclusive com a participação de empresas, governos e entidades sem fins lucrativos. Uma iniciativa importante é trazida pelo Instituto ODS que realizará o lançamento para a etapa 2024 no dia 29, às 14h, no CAC – Centro de Ação Cultural de Maringá.

Que mais iniciativas surjam, que mais organizações e a população em geral se envolvam com os ODS. Não se trata de simplesmente alcançar objetivos e metas, mas sim de garantir a sobrevivência do planeta, a nossa sobrevivência com desenvolvimento sustentável.

 Tania Fatima Calvi Tait

Escritora, Jornalista, Professora Dra UEM Aposentada, ong Maria do Ingá, Conectadas-UEM, Aduem, ODS, Maringá.

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