No dia do professor, conheça a história do professor Tarcísio Pires Trindade

Neste outubro docente, a Aduem selecionou algumas histórias de professores que consolidaram a carreira docente na UEM e que vale a pena conhecer. Você sabe quem é o professor José Tarcísio Pires Trindade?

Foto reprodução da internet.

O professor Tarcísio Trindade é o associado de número 01 da Aduem. Ele foi o primeiro presidente da Aduem.

Entrei na UEM, como professor, em 1978 (como aluno, em 1972). Ser professor não era minha primeira opção como profissional. Diria que, a princípio, foi um acaso, mas que se mostrou uma decisão acertada. O ambiente acadêmico mostrou-se muito mais interessante e instigante que a esfera profissional, que havia adentrado assim que finalizei a graduação.

Na UEM, além de um longo aprendizado (ser professor, como sempre é lembrado, é um eterno aprender) na carreira do magistério, também vivi as contradições da sociedade. A luta política pela valorização do professor, suas necessidades econômicas, melhorias do ambiente acadêmico para um ensino cada vez mais adequado às necessidades sociais. Enfim, uma luta constante para que as funções da Universidade Pública fossem realizadas.

Meu envolvimento na criação da ADUEM, desde os primeiros contatos e reuniões (muito reservadas, a princípio – afinal, estávamos em pleno regime militar), é decorrente disso.

Após a conclusão do mestrado me envolvi novamente na luta pelo fortalecimento da categoria docente, desta vez pelo conjunto dos trabalhadores da UEM, na consolidação do Sindicado dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá. Aproveito aqui para render homenagem a dois colegas que foram, com muitos outros, artífices dessa conquista: prof. Henrique Radomanski e prof. Eleutério Vaselai. 

Em 2002, na chefia do Departamento de Informática, tive uma grande alegria em contribuir com a criação do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação com a oferta do mestrado. Hoje é um programa consolidada e, desde o ano passado, o Programa oferece também o curso de doutorado.

Sempre foi uma luta constante para que a UEM mantivesse seus compromissos de uma universidade pública, com competência e qualidade na pesquisa, na formação de seus alunos e serviços prestados à sociedade. 

Vários governantes, a despeito da Constituição Federal de 1988 e a Constituição Estadual de 1989, sabotaram a autonomia da universidade. O coroamento dessas ações é a Lei Geral das Universidades, publicada no final de 2021 que, explicitamente, no seu preâmbulo, escancara a intervenção indevida do poder publico estadual: “Dispõe sobre os parâmetros de financiamento das Universidades Públicas Estaduais do Paraná, estabelece critérios para a eficiência da gestão universitária e dá outros provimentos”.

Vai ser uma longa e penosa batalha para que a UEM, com a demais IES no Paraná, voltem a respirar os ares da democracia prescritos na Carta de 1988.