Sustentabilidade e Desenvolvimento Institucional da Universidade

Clipping 24-02-11

Informativo UEM 943

altO planejamento tem sido a maneira encontrada pelas instituições para o enfrentamento de desafios, orientadas por diagnósticos sobre suas condições materiais, físicas e humanas, pelo estabelecimento de metas e pela delimitação temporal de seus propósitos e ações correspondentes.

No campo educacional, o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) é a ferramenta de gestão na qual são definidas estratégias para se alcançar objetivos num intervalo de tempo curto. De acordo com o Decreto Federal no 5.773/2006 (de 9/5/2006), o PDI deve contemplar cronograma e ações para o cumprimento de metas estabelecidas a cada quinquênio. Por isso, muito além de constituir objeto de exigência legal, o PDI representa uma oportunidade para a atualização da instituição, podendo expressar criticamente a conjugação de esforços pelo aperfeiçoamento, consolidação, renovação e sustentabilidade institucional.

O reconhecimento da boa qualidade das atividades desenvolvidas pela Universidade por si só não é suficiente para vencer os problemas enfrentados

Nessa perspectiva, a título de ilustração, são perceptíveis na UEM metas distintas concretizadas nas últimas décadas, que produziram importantes efeitos na vida acadêmica, institucional e administrativa da universidade, como foi o episódio da gratuidade do ensino, do incentivo à capacitação técnica e docente, do advento da pós-graduação stricto sensu, da substituição do regime de crédito pelo regime seriado, da ampliação de cursos e vagas na graduação etc. Contudo, um exame da situação da instituição na atualidade revela algumas questões que exigirão maior atenção do planejamento institucional, a saber: 1) a tendência de divisão dos departamentos existentes e a criação de outros, que pode acarretar desperdício de recursos humanos e materiais; 2) a inexistência da garantia de apoio interno a projetos de pesquisadores iniciantes; 3) a indeterminação de uma política institucional de inserção do corpo docente na pós-graduação; 4) a ausência de dotação orçamentária própria para financiar um programa de aperfeiçoamento do ensino de graduação, de competência da pró-reitoria de ensino; 5) a falta de incentivo interno para a consolidação da pesquisa nos campi e nos departamentos menos antigos; 6) a desintegração entre os campi e desses com a sede; 7) a subsistência de condições de trabalho inadequadas, inseguras e insalubres em laboratórios de pesquisa da instituição; 8) a presença de duplicações e redundâncias de instalações e equipamentos, que pulveriza recursos e eleva a despesa com manutenção na instituição; 9) a indefinição de um plano de carreira docente que pondere o tempo de dedicação à universidade no conjunto do desempenho docente com ensino, pesquisa, extensão universitária e gestão; e, 10) a urgência da reposição dos cargos de funções técnicas de suporte operacional e de execução.
De fato, o reconhecimento da boa qualidade das atividades desenvolvidas pela Universidade por si só não é suficiente para vencer os problemas enfrentados por ela no cumprimento da sua missão de ensino, pesquisa e extensão universitária. Em especial, a ausência da consolidação de democracia interna (não bastou apenas assegurar a representação de alguns segmentos nos órgãos colegiados ou a participação, pelo voto direto, da escolha dos dirigentes universitários), a incompreensão dos Conselhos como fóruns de discussão das políticas institucionais, o intercâmbio ainda bastante restrito com a sociedade civil, são exemplos de situações recorrentes que se constituem em obstáculos ao desenvolvimento da instituição.
Ademais, é oportuno que estejamos atentos para a experiência negativa de outras instituições universitárias, onde a combinação de fatores como os apontados foi responsável pela formação em seus interiores de uma cultura marcada pelo patrimonialismo, pela fragmentação, por relações altamente hierarquizadas, pela personalização dos espaços e valorização demasiada da individualidade, em detrimento da unidade institucional e de sua efetiva democratização.

 

*Professor do Departamento de Física
Doutor em Informática na Educação pela UFRGS
Membro do Conselho da Aduem
Membro da Diretoria do Sesduem
Membro da Copertide

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