Falta de vacina, aumento da comida e dos combustíveis marcam o desprezo do governo Bolsonaro pelo povo

 

"A vida e a morte também podem depender de decisões políticas".

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Reprodução/ Valor Econômico

 Por Tania Tait

Vindo de governos anteriores, como Lula e Dilma, que valorizaram o direito do povo à alimentação, à moradia, à saúde, educação e lazer, respeitando o que apregoa a Constituição Federal Brasileira, nosso povo, agora, se vê diante de um enorme retrocesso e perda com relação aos direitos básicos.

Por quase duas décadas, o povo brasileiro usufruiu de programas como SAMU, UPA, Minha Casa Minha Vida, Mais Universidades, entre tantos outros.

No entanto, por problemas de governos, por ataques da mídia, por fake news, por falhas na comunicação governo-povo, pelo golpe de 2016 com o “Supremo, com tudo” ou por outras infinitas avaliações realizadas por cientistas políticos, o que se tem de concreto é que o povo foi perdendo suas conquistas.

Projetos privatizantes e de retirada dos direitos dos trabalhadores foram implantados com a defesa fantasiosa de que iria trazer economia aos cofres públicos e aumentar o emprego, tais como: a famigerada reforma da previdência e a reforma trabalhista. Nenhuma das duas cumpriu as promessas para as quais foram implantadas, a não ser patrocinar, cada vez mais, o sucateamento do setor público e a perda dos direitos trabalhistas.

E o povo, sem esperança, se vê no meio de uma pandemia que se estende por um ano, com negacionismo por parte do presidente da república brasileira e seus seguidores, que acumula quase 250 mil vidas perdidas.

O desemprego e o aumento de preços assolavam o país no início de 2020 por incompetência do governo, o que a situação e as medidas não adotadas pelo governo fizeram foi, simplesmente, piorar a situação.

Os sinais de desencanto começam a surgir na boca do povo: Esse governo tá ferrando o povo. Enganou todo mundo dizendo que iria melhorar a vida do povo e só piorou. Tá nem ligando pra nós. (Depoimento de um trabalhador jovem, 21/01/2020).

Frases como essa estão sendo ditas por pessoas que acreditaram na propaganda (ou falta dela) nas eleições de 2018 e que se sentem desanimadas diante de um governo que vira às costas para seu povo.

As pessoas sabem que o governo federal poderia ter reservado doses de vacinas desde julho de 2020 e que os institutos brasileiros poderiam produzir as vacinas em grande escala.

As pessoas sabem que um botijão de gás, custando entre 97 e 120 reais, impacta em seu orçamento familiar que começa a economizar na categoria de alimento que consome.

O povo percebe, gradualmente, o buraco que se enfiou em 2018 ao confiar num capitão reformado que nada fez como deputado, em quase 30 anos de vida pública, a não ser fortalecer sua família e a milícia carioca na política.

A máxima de que a política tem influência até no pãozinho de todo dia, se tornou mais forte enquanto as pessoas percebem que, por falta de vacina, a política influencia também quem vai morrer e quem vai viver em meio a uma pandemia.

Quem nunca entendera, agora entendeu, que a vida e a morte, também podem depender de decisões políticas.

Tania Fátima Calvi Tait

Professora associada da Aduem, escritora e jornalista.

 

 

 

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