Grupo Pró-Cotas defende adesão às cotas raciais na UEM
Grupo Pró-Cotas discute com todos os Centros da UEM a ampliação das cotas afirmativas.
Um grupo de professores de todos os Centros da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que acredita que o ensino superior deve ser mais inclusivo com alunos de diferentes classes sociais e de todas as cores, está reivindicando o aumento das ações afirmativas com a adesão às cotas raciais, direcionadas aos candidatos negros e pardos do vestibular. O grupo intitulado “Professores Pró-Cotas Raciais” foi criado para defender a implantação de cotas afirmativas na universidade. Esta iniciativa surgiu tendo em vista que somente a UEM, dentre as demais universidades estaduais do Paraná, não implementou ainda as cotas raciais.
De acordo com a professora Marivânia Araújo, uma das integrantes do grupo pró-cotas, o que a UEM tem hoje são cotas sociais, porém não são suficientes para atender à população negra. Diante disso, em agosto de 2018, o Coletivo Yalodê-Bada e o Núcleo de Estudos Interdisciplinares Afro-brasileiros (NEIAB) solicitaram à UEM que implantasse as cotas raciais nos vestibulares.
A professora explica que a criação do grupo pró-cotas foi necessária para informar aos conselheiros sobre dados importantes a serem analisados, bem como os benefícios das cotas raciais para os estudantes e à sociedade em geral. Pois, o que se tem observado em outras universidades (UEL, UFPR, USP, Unicamp ou UFSCar), são somente experiências de sucesso.
“Entendemos que muitos conselheiros gostariam de ter mais informações sobre as cotas raciais a fim de votar pela sua aprovação. Com base nesse fato, o grupo solicitou participar das reuniões nos Conselhos Interdepartamentais - CI para prestar esclarecimentos e responder a perguntas. A participação nas reuniões de CI ocorreu durante o mês de setembro e o grupo tem observado que há receptividade nos centros visitados”, afirma.
Segundo a professora Marivânia, a UEM tem um percentual muito baixo de alunos negros e que mesmo com a implantação das cotas sociais (direcionadas aos candidatos de baixa renda) não houve um aumento significativo de inclusão desse grupo social. Ela enfatiza que a luta é pela ampliação do número de cotas.
“As cotas sociais são um exemplo positivo de ação afirmativa e devem ser mantidas. Entretanto, essas cotas têm se mostrado pouco eficientes para inclusão da população negra. O debate é pela adesão às cotas raciais direcionadas aos candidatos pretos e pardos do vestibular”, enfatiza.
Os docentes integrantes do grupo são os professores Marivânia Araújo, Carla Almeida, Hilton Costa, Simone Dourado, Meire Mathias e Zuleika de Paula Bueno (Departamento de Ciências Sociais/DCS), Isabel Cristina Rodrigues e Delton Aparecido Felipe e (Departamento de História/DHI) e Josiane Oliveira (Departamento de Administração) e está aberto a acolher mais professores que queiram ajudar no debate.